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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ecolocalização

A grande maioria dos morcegos possui um sexto sentido, aliado aos cinco a que nós humanos estamos acostumados: a ecolocalização [4], ou seja, orientação por ecos. Este sentido funciona basicamente da seguinte maneira: O morcego emite ondas ultra-sônicas(frequência acima de 20 KHz, inaudíveis para humanos) pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com freqüência menor. Esses ecos são percebidos pelo morcego. Com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde vieram, e na frequência relativa dos ecos (efeito Doppler), os morcegos sentem se há obstáculos no caminho, assim como suas distâncias, formas e velocidades relativas. Isso é especialmente útil para caçar insetos voadores, por exemplo, mas morcegos com outras dietas também usam bastante esse sentido.
Alguns dos ancestrais dos morcegos - musaranhos e toupeiras (mamíferos da ordemInsectivora) - já possuíam um sistema de ecolocalização rudimentar. Supõe-se que os morcegos da subordem Microchiroptera desenvolveram seu sistema sofisticado como uma novidade evolutiva, e que as raposas-voadoras da subordem Megachiroptera perderam esse sistema originalmente, tendo algumas espécies desenvolvido posteriormente um sistema rudimentar baseado em cliques da língua[5]. Outros sistemas de ecolocalização evoluíram de forma independente em golfinhos, baleias, andorinhões e outros animais.
A ecolocalização também pode ser chamada de biossonar, pois a partir desse sistema natural foram desenvolvidos os sonares de navios e os aparelhos de ultra-som. Na verdade, nenhuma "imitação humana" se compara à qualidade do sistema natural. Assim, os morcegos contam com um recurso muito importante para animais que precisam se orientar à noite ou em ambientes escuros, como as cavernas. A eficiência da ecolocalização varia entre as espécies de morcegos, sendo que os de hábito alimentar insetívoro, ou predadores de insetos em geral, possuem-no mais desenvolvido. A ecolocalização é importante também para morcegos que se alimentam de plantas, pois ela os ajuda a encontrar frutos e flores[6]e reconhecer suas espécies com base no padrão de ecos que produzem[7]. Alguns morcegos usam a ecolocalização também para se comunicar com outros indivíduos da mesma espécie; isso é importante principalmente no reconhecimento entre mães e filhotes[8]. Já se tem estudado aplicações da ecolocalização na orientação de pessoas cegas[9].
Morcegos vampiros (subfamília Desmodontinae) tem ainda um sétimo sentido, a termopercepção (leia mais no tópico sobre a raiva).

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